21 julho 2010

SAUDADE FALA PORTUGUÊS


Encontrei este texto em uma de minhas pastas antigas e me emocionou bastante pela grandeza das palavras, mas principalmente pelo tema, pois sou muito nostalgico e falar de saudade é sempre difícil.
A parte em negrito em especial dedico a uma amiga que entenderá muito bem ao lê-la.
Veja abaixo este maravilhoso poema, caso prefira assistir em um vídeo, clique aqui.

Eu tenho saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou vir a ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo,
lembrando do passado e apostando no futuro...
Sinto saudades do futuro, que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei,
de quem disse que viria e nem apareceu;
de quem apareceu correndo, sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram
e de quem não me despedi direito;
daqueles que não tiveram como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre;
de coisas que eu tive e de outras que não tive mas quis muito ter;
de coisas que nem sei que existiram mas que se soubesse,
decerto gostaria de experimentar;

Sinto saudades de coisas sérias, de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...
Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente,
como só os cães são capazes de fazer,
dos livros que li e que me fizeram viajar,
dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,
das coisas que vivi e das que deixei passar, sem curtir na totalidade;

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que,
não sei aonde,
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é
e nem onde perdi...
Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades em
japonês, em russo, em italiano, em inglês,
mas que minha saudade,
por eu ter nascido brasileiro,
só fala português embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria, espontaneamente,
quando estamos desesperados, para contar dinheiro, fazer amor e declarar
sentimentos fortes,
seja lá em que lugar do mundo estejamos.
Eu acredito que um simples "I miss you",
ou seja lá como possamos traduzir saudade
em outra língua, nunca terá a mesma força
e significado da nossa palavrinha.
Talvez não exprima, correctamente,
a imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra para usar
todas as vezes em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor do que um sinal vital
quando se quer falar de vida e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis, de que amamos muito do
que tivemos e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...

Sentir saudade, é sinal de que se está vivo!

4 comentários:

  1. É Evandro, e é muito bom ter amigos como você para nos lembrar disso, não importa o quanto tempo passe, eu sei que vou sempre me lembrar de você, e espero não sentir saudades, pois espero sempre estar por perto para poder compartilhar momentos com você. Um Abração!!!!!

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  2. "Sinto saudades do futuro, que se idealizado,
    provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser"...

    Estou dedicando este comentário, a mim mesma!!! Tenho certeza, de que será necessário, ler mais vezes!!!

    Let's not hope to make the right choice, let' s make it!

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  3. Perfeito...o tempo todo sinto saudades...do passado...das pessoas...dos acontecimentos...de tudo!!

    Obrigada Evandro!!

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  4. Sinto saudade de muitas coisas e pessoas, mas... talvez seja o momento, sinto saudade de ter um pai... há um velho ditado que diz:" tudo que é bom dura pouco"

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