31 janeiro 2011

BICHO PAPÃO EXISTE?

Bicho-papão existe? Lógico que não, mas tem muita gente que morria de medo dele quando era criança. Infelizmente, muitas pessoas não avançam na vida por causa da ansiedade e dos medos imaginários. Resumindo: deixam de viver com medo do bicho-papão que pega gente grande.
O medo imaginário envolve a pessoa e a convida a parar. A ansiedade faz com que ela perca o foco e comece a andar descontroladamente em círculos, sem chegar a lugar nenhum. Imagine o que aconteceria se você mergulhasse em um rio com o objetivo de alcançar a outra margem e, na metade do percurso, desse de cara com os olhos esbugalhados de um jacaré vindo na direção oposta. O que faria?
Suas braçadas, antes provavelmente fortes e confiantes, seriam interrompidas de repente, assim como sua respiração. No meio do rio, seus olhos encontrariam os do jacaré e ficariam assim, por segundos intermináveis, à espera de um instante de distração do inimigo.
Nada o convenceria a seguir em frente enquanto aquele monstro de dentes pontiagudos permanecesse ali. Assim é o medo. Ele nos convida a parar e até mesmo voltar atrás. Mas de onde vem esse medo? São as vozes na sua cabeça dizendo para você que as coisas não vão dar certo.
Muitos familiares e professores vivem repetindo para a criança que as coisas são difíceis e, indiretamente, que ela não vai conseguir realizar seus desejos. Quando essa criança cresce e se torna um adulto, essas mensagens vão para seu inconsciente e continuam a pressioná-la. A pessoa não tem consciência dessas vozes, mas elas ficam criando fantasmas no caminho de seus projetos.
Esse jacaré que você pode estar vendo nada mais é que um pedaço de tronco ligeiramente apodrecido pelo contato prolongado com a água. O medo imaginário é apenas um tronco parecido com um jacaré. Por isso mesmo, você não deve lhe dar o poder de fazê-lo desistir de seus sonhos.
Quando esses jacarés aparecerem em seu caminho, resista à tentação de desistir da sua travessia. Então, você me pergunta: “E a ansiedade, Roberto?”.
A ansiedade é uma agitação provocada pelo medo, que faz a pessoa agir impulsivamente, sem organização e disciplina. Uma pessoa ansiosa costuma lidar com as coisas de maneira precipitada, movimentando-se freneticamente quando deveria manter a calma.
Os filmes de faroeste de antigamente com freqüência tinham um episódio no qual um dos personagens, mocinho ou bandido, entrava em um trecho de areia movediça. O bandido debatia-se desesperadamente e acabava morrendo. O mocinho, quando era jogado na areia movediça, parava uns minutos para pensar, encontrava uma solução objetiva e escapava.
Ao cair na areia movediça, o pior erro da vítima é o desespero. Quanto mais ela se debater, mais seu corpo afundará. O segredo é controlar a ansiedade e se movimentar o mínimo possível, até que encontre a saída.
Se um trecho de areia movediça aparecer durante sua travessia do mangue, lembre-se de manter a calma e contar até dez. Tenha claro o seu objetivo e mantenha a sua estratégia, que os resultados virão no momento certo. Nos momentos de pressão, precisamos manter a calma e a determinação.
O medo e a ansiedade são os grandes inimigos da transformação. Causam estagnação ou desvios perigosos e, de uma forma ou de outra, impedem o fluxo natural da vida, afastando você da sua capacidade de crescimento pessoal.

Roberto Shinyashiki

8 comentários:

  1. Nunca tive medo de bicho papão, ou do escuro, ou de bruxa...enfim, nunca fui supersticioso. E nas vezes que tive medo respirei fundo e encarei de frente. Não me considero ousado, mas encaro o que tiver que encarar. Ontem, 31/01 foi o primeiro dia de aula do Enrico (em uma nova escola - Anglo) pois até então ele estava na Aquarela. No dia anterior (domingo) ele ficou bastante apreensivo, com dores de barriga e enjoos, típicos da ansiedade. Mas foi na aula, reencontrou os amigos e tudo deu certo. Acho que o problema não é o medo em si, mas a incapacidade de mexer-se. Mova-se e tudo se resolve pro lado bom ou pro ruim. Só não fique estático.

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  2. Fantástico o poder de imaginação que a mente humana têm. Cientistas atestam que foi por causa da própria evolução humana que as pessoas tem medo daquilo que não conhecem ou que está temporiamente oculto entre as árvores, em uma gruta, ou simplesmente debaixo da nossa própria cama, pois pequenos pedaços genéticos daquele longínquo povo ainda permanecem dentro de cada um, em dosagens diferentes. De fato, como o próprio texto cita, o jacaré pode ser um 'jacaré de verdade' ou simplesmente um tronco apodrecido, mas diante daquela situação de total desespero, não há como negar que as coisas tendem a não caminharem muito bem. O desespero é um dos grandes males que aflingem a maioria das pessoas, enquanto que os calmos e serenos, infelizmente falando, são os que fogem à regra. Não costumo pensar em situações de desespero total, mas fico imaginando qual seria minha reação se em uma determinada ocasião eu fosse abordado por um meliante na rua portando uma arma de verdade ou ainda de brinquedo (fato que é mais comum do que muitos imaginam...) e descobrisse mais tarde que o mesmo foi preso com uma falsa arma, feita de plástico. É provável que eu não reagiria, pois nenhum bem material valeria ou valerá mais do que a minha vida. Seria uma estranha situação, mas compreensível, pois afinal de contas, quem iria garantir que eu tivesse naquele momento delicado o devido discernimento entre uma arma falsa e uma arma de verdade. Penso que seria também muito frustrante descobrir que perdi uma grande oportunidade de progredir na vida em virtude de algo tão insignificante para algumas pessoas, mas um verdadeiro obstáculo para minha alma tão cheia de medo, traumas e ansiedades. Claro que ser ansioso faz parte do jogo, mas deve ter seus limites bem definidos no íntimo de cada um, pois de acordo com o citado, muitos traumas são carregados por toda a existência das pessoas desde os primeiros anos de vida, acarretando danos quase que irreparáveis à sua personalidade. Neste ponto é que entram aqueles que são literalmente os 'bicho papões' da vida e aqueles que simplesmente caminharão vagarosamente a espera de que nada de ruim possa molestá-los, pois o medo de mudar e progredir é muito maior do que tentar um novo horizonte cheio de perspectivas...

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  3. Hobbes fala de instinto de auto-preservação o fato de termos criado a vida em sociedade. Há um medo profundo de uma "guerra de todos contra todos" pois se "o homem é o lobo do homem" restaria, ao término da guerra, o maior e mais forte dos lobos. O medo é substrato social. Não deve ser encarado como algo ruim.
    Apesar do que diz o letrado acima, não é menos verdade o que dizem: se você não domina o medo, ele domina você. Se você cresce, ele se esconde - basta você virar-se e ele ataca. Parece-me que, no fim das contas, ele é quem tem que ter medo de você e não o contrário.

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  4. Sempre tive medo de bicho papão... tenho até hoje, isso está se refletindo em muitas das minhas atitudes atualmente.
    Quando era criança, minha mãe me deu uma bíblia pequena pra eu colocar debaixo do meu travesseiro, aberta na oração do pai nosso e disse toda vez que eu sentisse medo era pra me agarrar à ela, isso me ajudou muito a ter fé, mas por um outro lado, eu não enfrentei meus medos.
    Sei que nunca é tarde para mudarmos... já melhorei em algumas coisas, mas preciso ainda enfrentar uns bichos papões.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Eu também sempre tive muito medo quando era criança, mas quando se tem irmãos é um pouco impossivel mostrar o medo,sempre acabamos nos encorajando e enfrentando aquilo que estava nos assombrando,o que me ajudou muito.
    Quando vamos "crescendo", tendo mais experiências, nós acabamos perdendo um pouco a coragem, o qual esse post só me mostrou o quanto temos que deixar o medo de lado, mas já a ansiedade, não sei se consigo controla-lá, já que é de familia, tanto que um entende o outro em minha casa.
    Valeu Evandro

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  7. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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